terça-feira, 12 de dezembro de 2017

2018 como alento da reorganização.

     Deixando de lado o evidente desgaste com a Lava Jato, desponta no horizonte petista o desafio de formar bancadas de deputados federais e estaduais em um momento de enfraquecimento de suas lideranças. A quantidade de novos filiados com interesse em se candidatar pelo PT deve ser baixa, tanto pela pouca expectativa de eleição como pela rejeição ao partido. Além do mais, outros partidos têm mais apelo para os novatos.

     A provável base eleitoral petista também diminui os efeitos da chamada “cauda longa”, na qual muitos candidatos com poucos votos ajudam os que alcançam melhor desempenho. Isso porque esta base, apesar de não ser pequena, dificilmente agregará mais votos além dos simpatizantes. Soma-se a isso a saída de nomes importantes, como Marta Suplicy, e a falta de um candidato de peso na eleição ao governo. Nesse sentido, outro fator determinante deve ser a candidatura à Presidência. Se Lula não competir, a vida dos candidatos petistas deverá ser muito difícil. Uma opção é o apelo – puramente eleitoral – a candidatos “puxadores de voto”.

     Sobra, enfim, um alento ao partido: as eleições de 2018 podem permitir a reorganização de suas bases e a renovação de suas lideranças e ideias. Pensando em um futuro pós-Lava Jato com possibilidade de voto distrital, isto não é pouca coisa.


FONTE: O Estado de S. Paulo. 12 Dezembro de 2017. Hilton Cesário Fernandes. Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

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