Deixando de lado o evidente
desgaste com a Lava Jato, desponta no horizonte petista o desafio de formar
bancadas de deputados federais e estaduais em um momento de enfraquecimento de
suas lideranças. A quantidade de novos filiados com interesse em se candidatar
pelo PT deve ser baixa, tanto pela pouca expectativa de eleição como pela
rejeição ao partido. Além do mais, outros partidos têm mais apelo para os
novatos.
A provável base eleitoral petista
também diminui os efeitos da chamada “cauda longa”, na qual muitos candidatos
com poucos votos ajudam os que alcançam melhor desempenho. Isso porque esta
base, apesar de não ser pequena, dificilmente agregará mais votos além dos
simpatizantes. Soma-se a isso a saída de nomes importantes, como Marta Suplicy,
e a falta de um candidato de peso na eleição ao governo. Nesse sentido, outro
fator determinante deve ser a candidatura à Presidência. Se Lula não competir,
a vida dos candidatos petistas deverá ser muito difícil. Uma opção é o apelo –
puramente eleitoral – a candidatos “puxadores de voto”.
Sobra, enfim, um alento ao
partido: as eleições de 2018 podem permitir a reorganização de suas bases e a
renovação de suas lideranças e ideias. Pensando em um futuro pós-Lava Jato com
possibilidade de voto distrital, isto não é pouca coisa.
FONTE: O Estado de S. Paulo. 12
Dezembro de 2017. Hilton Cesário Fernandes. Cientista político e professor da
Fundação Escola de Sociologia e Política (FESPSP).
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